A contribuição da Avaliação Psicológica no contexto da Reprodução Humana, vem sendo considerada de grande importânica, sendo entendida esta avaliação como um processo de coleta de informações sobre os casais ou pessoas que são submetidas ao tratamento com algumas das técnicas de Reprodução Assistida, ou diante de algum diagnóstico que distanciam de realizar o sonho da maternidade/paternidade.
Por muitos desses casais trazerem consigo medos, dúvidas, incertezas, ansiedades entre outros sentimentos, a Avaliação Psicológica vem no sentido não somente de avaliar se um casal naquele momento, se está apto ou não para a realização o tratamento sugerido, mas também sendo resultante de orientações e possíveis encaminhamentos necessários.
Para contextualizar tomemos como referência a definição feita pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) a fim de enriquecer a reflexão:
"A avaliação psicológica é compreendida como um amplo processo de investigação, no qual se conhece o avaliado e sua demanda, com o intuito de programar a tomada de decisão mais apropriada do psicólogo. Mais especialmente a avaliação psicológica refere-se à coleta de interpretação de dados, obtidos por meio de um conjunto de procedimentos confiáveis, entendidos como aqueles reconhecidos pela ciência psicológica". (CFP, 2013:11)
O Conselho Federal de Psicologia acrescenta:
"A avaliação psicológica é um processo técnico e científico realizado com pessoas ou grupos de pessoas que, de acordo com cada área de conhecimento, requer metodologias específicas. Ela é dinâmica e constitui-se em fonte de informações de caráter explicativo sobre os fenômenos psicológicos, com a finalidade de subsidiar os trabalhos nos diferentes campos de atuação do psicólogo, dentre eles, saúde, educação, trabalho e outros setores em que ela se fizer necessária. Trata-se de um estudo que requer um planejamento prévio e cuidadoso, de acordo com a demanda e os fins para os quais a avaliação se destina". (CFP, 2013:13)
Quando algum procedimento com indicação médica para a utilização da técnica de útero solidário é indicado para aquele indivíduo ou casal, faz-se necessário uma cuidadosa avaliação médica e psicológica envolvendo a doadora e o casal receptor, com o objetivo de minimizar riscos que possam comprometer o tratamento.
Autores apontam que este tipo de tratamento propicia uma esperança para aquelas pessoas que não podem gerar, exercer a maternidade/paternidade. O tratamento tanto quanto na aquisição de óvulos quanto na doação de sêmen seguem os mesmos padrões e está indicado para os casos de onde os pacientes apresentam problemas sejam de carctere feminino como problemas com a ovulação, retirada de útero ou trompas, baixa ovulação, idade, no caso dos homens: baixa produção de espermatozoides,
azoospermia que é a completa ausência de gametas. O sêmen e os óvulos são adquiridos anonimamente em um banco específico e rigoroso de controle.
É diante deste cenário que o procedimento com doação de gametas se apresenta,
quando o projeto da concepção não pode se realizar devido ao diagnóstico da infertilidade,
sendo assim, possível recorrer às técnicas de reprodução assistida como meio para a realização do tão sonhado projeto da concepção.
Estas são algumas das técnicas realizadas nas clinicas de reprodução assistida e o sentimento emanado por cada tratamento pode estar ligado às especificidades de cada um, pois cada tratamento é único ou também à quantidade de tentativas que determinada pessoa já foi submetida.
Neste sentido os aspectos psíquicos dos pacientes transcendem com frequência o que a medicina e a tecnologia podem controlar, sendo assim, caberá ao Psicólogo junto ao seu paciente, através da prática clinica ajudar este sujeito na
busca da reflexão, facilitando o enfrentamento de seus medos, angústias, fantasias, a fim de
promover o reconhecimento das reais possibilidades e dos recursos que a medicina pode oferecer no caso desses tratamentos.
No processo de Reprodução Assistida a Avaliação Psicológica tem a grande responsabilidade de avaliar os casais que buscam o tratamento de forma que não apenas chegue ao resultado se naquele momento o casal ou sujeito estão apto ou não para a realização
do tratamento, mas também que sirva de norte para que através dos resultados encontrados, estes possam ter um suporte ou até mesmo serem encaminhados para outros profissionais com o objetivo de aprimorar os cuidados com sua saúde mental ou trabalhar suas questões pessoais que possam ajudar a elaboração daquele prognóstico.
Neste sentido, o Psicólogo inserido na avaliação de reprodução assistida têm a grande responsabilidade diante de uma avalição precisa e um acompanhamento direcionado ajudar estas pessoas a refletirem suas reais possibilidades e dos recursos que a própria medicina oferece, e ao mesmo tempo, servir de apoio quando não se consegue o resultado esperado.